quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Meia Noite Sangrenta...

Ter animais é muito bom! Ter cães ou gatos ou animais de outra espécie em casa, a fazer companhia e dar miminhos é uma das melhores coisas que há! Sentir o amor deles, a necessidade da nossa presença, o confiarem em nós...é impagável!

Não tão bom é a outra cara da moeda...as dentadinhas, as arranhadelas, as brincadeiras que de um momento para o outro correm mal...
Ontem foi uma dessas noites. Uma noite inicialmente pacata que acabou comigo no sofá a segurar um bocado de algodão ensopado em água oxigenada numa coxa, outro bocado um bocadinho acima do lábio e uma pedra de gelo no lábio.

Tudo começou comigo esticada no sofá a ver o terceiro Indiana Jones, e o Mika a passear pela sala, miando pelos cantos, claramente à procura de qualquer coisa. Tinha comida, águinha fresca e areia limpa pelo que não seria nenhuma dessas coisas. Ás tantas veio ter comigo ao sofá e lembrei me que tinha o novo brinquedo preferido dele no bolso da sweater que tinha vestida: uma pequena galinha de tecido que ele persegue por horas a fio pela casa. Tirei-a do bolso, agitei-a no ar à frente dele e os olhinhos brilharam, juntamente com um "miah!!". Era isso mesmo que ele queria!

Atirei a pequena galinha corredor fora, para ele a apanhar e foi aqui que teve início o caos! Na sua ânsia de apanhar o bichinho de tecido cravou as garras e arrancou a 100km/h pelo corredor fora...mas não foi no sofá que as cravou. Foi na minha coxa esquerda, apenas protegida por umas calças de pijama de verão! Uma dor aguda espalhou se pela perna. Arregacei as calças e vi começarem a surgir 5 risquinhos vermelhos, cada vez mais fortes! Pus a mão por cima e fui tão rápido quanto consegui para a casa de banho, em busca do kit de 1os socorros para desinfetar os risquinhos!

A meio do processo um cotonete ensopado em betadine rebolou da bancada para o chão e vossa excelência o gato, que por ali andava no momento à procura da galinha que tinha ido para baixo do móvel da casa de banho, decidiu ir investigar o que era a coisa comprida e engraçada que tinha caído para o chão. Sabendo eu que ele lambe tudo o que encontra, e estando o cotonete ensopado em produtos muito provavelmente prejudiciais à sua saúde estomacal, gritei "Mika...não!!" enquanto me baixava para apanhar o cotonete. O gato, com a adrenalina em alta de ter andado à caça da galinha e provavelmente sensível com o cheiro dos produtos, assustou-se e deu no ar uma semi-pirueta à karaté kid (ainda agora consigo vê-la em câmara lenta, com os olhos da mente: a torção perfeita da coluna, as patas esticadas, a aterragem suave no chão...quase consigo ouvir o coraçãozinho dele a batucar com o susto!)...com as unhas de fora! A segunda parte (e última felizmente) da noite acidentada foi esta: um arranhão desde o nariz ao lábio de baixo!

Ensopei um bocado de algodão em água oxigenada que pus na coxa, um bocadinho mais pequeno que pus na cara, e uma pedra de gelo no lábio de baixo, visto que este estava a começar a inchar.

Passei o resto da noite a fugir do Mika (não fosse por acidente mais alguma parte de mim ficar arranhada...já não tinha mais mãos para segurar mais pedaços de algodão...) e ele a fugir de mim, provavelmente arreliado com o cheiro dos desinfetantes.

Hoje de madrugada acordei, como se nada tivesse acontecido, com ele a arranhar a porta do quarto e a miar ininterruptamente desde cerca das 5h30... Não foi exatamente um banho de sangue, foram meia dúzia de arranhões, mas tenho que puxar a brasa à minha sardinha :)

Cá estou...hei de sobreviver. Nenhuma das mazelas foi feita com maldade. Faz parte de viver com um gatinho cheio de energia :)

Um muito bom dia e um grande bem haja!
Rita**

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Croácia 2014 (Pt2)

Boas pessoal!


Cá vamos para a continuação da viagem à Croácia.

Tínhamos tido um dia cansativo de viagens de avião, madrugada num aeroporto e uma caminhada de cerca de 8km pelo meio de Marjan antes de chegarmos à maravilhosa praia de Bene. Jantamos muito bem, no Teatrino, restaurante mesmo ao lado do Teatro Nacional e fomos descansar. Nessa noite apanhámos a primeira do que seria uma grande quantidade de trovoadas durante a viagem.

Jantar do primeiro dia

No dia seguinte acordámos e a cidade estava como se nada estivesse acontecido. Estradas lavadinhas e molhadas, é certo, mas nada de poças ou de cheias pelas ruas. Os peixes a serem transportados para o mercado, o marisco já a contorcer-se nas bancas e os legumes já a brilharem, cuidadosamente empilhados...Era uma cidade onde tinha havido uma noite tranquila. Fomos para o ponto de encontro, para apanharmos a nossa excursão e 10 minutos antes da hora combinada estávamos junto à fonte, à espera, entusiasmados com a partida. Chegou a hora e ninguém com ar de guia vinha ter connosco pelo que fui ter com uma menina fardada de branco, quase como os marinheiros, perguntar se sabia de algo acerca das excursões para Krka. Abanou a cabeça dizendo que não e voltei para a nossa espera (fiquei a saber mais tarde que esses jovens fardados de branco são, digamos que como os nosso funcionários da EMEL. Não é isso exatamente, são para ajudar no estacionamento e na circulação, mas é parecido).

Cerca de cinco minutos depois da hora chegou então um mini autocarro azul escuro. Pára ao pé da fonte e um grande homem com cabelo muito curto põe a cabeça de fora da porta e grita "Krka!!!". Seria o nosso guia: Ernest. De todos os cantos da praça pessoas começam a movimentar-se em direção ao autocarro. Conseguimos o lugar mesmo atrás do condutor, perfeito para ver todas as vistas em primeira mão, toda a gente se instala e partimos em direção ao Norte. 


Ernest veio a revelar-se um guia muito espirituoso. Nascido e criado em Trogir, não se farta de elogiar a sua cidade (dizendo que é usada em filmes que querem filmar em Veneza mas não têm orçamento para tal) e recomendando que assim que tivermos tempo a vamos visitar. Tomamos nota mental para os dias em que vamos andar de carro: Trogir.

A viagem até Krka é feita pelo meio das colinas e montanhas, com vegetação mais rasteira. Ernest explica-nos que uma faísca naquele mato e tudo arderá em segundos. Algumas encostas encontram-se "escadeadas" com terraços de pedra (como as nossas nas encostas do Douro, para as videiras), que antes eram usados pelos agricultores que ali habitavam. Aquando da revolução industrial e o crescimento de cidades como Split, os campos foram abandonados. Todos partiram para as cidades em busca de uma vida melhor. E assim, ao longo da estrada vemos os terraços abandonados e as casas em ruínas.

Quando começamos a aproximar-nos da zona do Parque Nacional de Krka umas nuvens negras começam a fazer-se ver, e quando iniciamos a descida para as cataratas começa a chover torrencialmente. À entrada do Parque compramos um pequeno chapéu de chuva que será a nossa única proteção, visto que vínhamos a contar com um dia de sol e banhos nas famosas cataratas, tendo os impermeáveis ficado no quarto de hotel.

O Parque Nacional de Krka é o parque das cataratas. Uma imensidão de cascatas a tombar montanha abaixo, no meio de uma interminável manta verde. As passadeiras de madeira levam-nos onde temos que ir, serpenteando pelo meio da vegetação. Na maior catarata do parque alguns corajosos tomam banho nas frias águas. Eu não. Com muita pena minha. Mas se tomar banho e ficar molhada todo o dia, com o frio do ar condicionado do autocarro arrisco uma constipação logo no primeiro dia de viagem por isso não mergulho onde pensava vir a mergulhar desde à meses. O parque é uma maravilha, mas penso que devido à chuva não o aproveitamos como deveríamos.

Krka

Krka

Mosteiro de Visovac

Molhados da chuva e cansados regressamos ao autocarro para nos deslocarmos até ao sitio onde almoçaremos. O guia arranjou um almoço numa cabana típica, com produtos "fabricados" no local. Presunto, chouriço e diferentes outros enchidos. Tomates, azeite e vinho e licores caseiros. Assim foi o nosso almoço, composto de "petiscos". Passeamos um pouco pela zona do almoço, que estava ainda inserido em Krka, e depois partimos rumo a Sibenik: uma importante cidade histórica da Dalmácia. Adorei a sua imponente catedral, as suas ruas estreitinhas, as suas janelas enfeitadas com dezenas de vasos de flores, e principalmente os seus gelados artesanais. Ernest apresentou-nos a catedral e depois deixou-nos deambular pela cidade. Foi aqui, neste dia, que tivemos oportunidade de entrar para a Guerra dos Tronos, mas achamos por bem não estragar o casting  às pessoas que já se encontravam na fila interminável. Fica para a próxima, quem sabe.

Catedral de Sibenik

Catedral de Sibenik

Voltámos depois para Split, ao fim do dia, com o ar satisfeito de quem está de férias, de quem andou o dia inteiro a passear, e de quem tem ainda mais uma semana inteirinha de aventuras e paisagens maravilhosas pela frente, prontos para repousar.

Até breve!
Bem haja,
Rita**



terça-feira, 9 de setembro de 2014

Sejamos felizes!

Bom dia!
Hoje foi noite de enxaqueca.
Enquanto esperava que a dor fosse embora para conseguir adormecer e me lamentava para a minha almofada das dores terríveis que estava a sentir, lembrei me das notícias que vemos todos os dias: das coisas terríveis que acontecem por esse mundo fora todos os dias, e do quão sortudos a maioria de nós somos, mesmo sem o saber.

Queixamo-nos das dores musculares depois de irmos ao ginásio, do cansaço de ter que subir três lanços de escadas porque o elevador avariou, da comida da cantina, do trânsito para chegar a casa, do barulho que fazem os nossos filhos porque querem brincar connosco... E os outros? As pessoas nos outros locais do mundo que têm que fugir de bombas? De tiroteios, de violações, de raptos, de doenças incontroláveis? Os que são arrancados às famílias ou os vêem morrer à sua frente. Os que perdem mães, pais, irmãos, vizinhos e até só conhecidos, porque alguém decidiu que uma religião é melhor que outra, ou porque querem chegar ao poder.... De que se queixam essas pessoas? Que ficam sem casas, sem família, sem perspetiva de vida que não seja sobreviver a próxima hora? Conseguir engolir uma gotinha de água, um grão de arroz...?

Acho que devíamos queixar-nos menos. Ser mais felizes. Não dar importância a coisas sem significado. Focarmo-nos no bom da vida, do que temos. De podermos ir ao ginásio, de termos uma casa para a qual temos que subir degraus, de termos comida todos os dias, de termos um carro para conduzir, de as nossas crianças serem tão felizes que querem gritar e brincar connosco. E até das dores  de cabeça. Dores bem piores existirão por esse mundo fora.

Sejamos felizes! :)

Bem haja!