sábado, 13 de julho de 2013

Cabo Verde - Sal: Férias Maravilhosas

Cabo Verde...há 20 anos atrás fui lá e lembro me de ter apreciado o nosso quarto de hotel, um dia maravilhoso de praia, um passeio num buggy mangenta, uma salada de marisco numa esplanada à beira da praia e depois uma semana internada no hospital. Arroz cozido, quase espapaçado, sem sal, bananas esmagadas, um balão de soro espetado no pulso e a minha mãe à luta com baratas.

Desta vez...foi maravilhoso!
Não foi fácil convencerem me a voltar lá, e estive o tempo todo com muito receio das coisas que comia. Mas a ilha que conhecemos há 20 anos não tem semelhança com a que existe agora. E apesar de tudo aproveitei ao máximo!


A maior parte dos dias envolviam a mesma rotina: levantar cedinho, pequeno almoço de rainha, piscina  e sol até à hora de começarem as actividades. Cerca das 10h30 jogo de Sjoelbak, ao meio dia aula de hidroginástica na piscina, depois um bocadinho de sol e almoço de rainha. A seguir ao almoço, para fazer bem a digestão um cafezito na esplanada, umas quantas partidas de ping-pong, sol e mergulhos na piscina e depois jogo de dardos e bingo. Banhoca, jantar de rainha e a sessão de espectáculo do grupo de animação do hotel que normalmente conseguia proporcionar muita diversão e gargalhadas, e conseguíamos ir para a caminha bem dispostos. A última noite de espectáculos que lá apanhei foi o "X-factor" com os hóspedes do hotel, e tive a honra de ir para a mesa de júri, e tive direito a assistir às performances sentada numa cadeirinha, no palco, com uma flute de champagne fresquinho na mão e opinar sobre as prestações dos concorrentes. Muito agradável!

Praia maravilhosa

Palco dos espetáculos

Tabuleiro de Sjoelbak


Num dos dias, como não podia deixar de ser fomos dar uma volta pela ilha, numa Pick-up de caixa aberta e penso que foi nesse dia que mais absorvemos a ilha. (Literamente...visto que o pó se infiltrava por todos os lados e creio que mesmo os dentes chegaram ao fim da viagem com um tom alaranjado - da cor da terra de lá). Fomos até à Buracona e ao "Olho Azul", que não tive a sorte de ver, uma vez que o sol estava incoberto e o efeito só é visível com o sol a incidir na água; fomos até à capital da ilha, Espargos, fomos até à baía dos tubarões, onde quem quisesse podia dar um mergulhinho (eu não dei porque as condições climatéricas não eram favoráveis a que a minha temperatura corporal se mantivesse estável, e apenas por isso) e depois fomos até às salinas, antes de regressarmos ao hotel.


Monte Leão


Buracona

As salinas

Claro que não deixa de ser uma ilha com um clima quente e húmido, e não deixa de ser África, por isso houve um dia em que fiquei sem jantar depois de ver uma aranha literalmente saltar da parede para um quadro, a cerca de 3m de onde nós estávamos a degustar a nossa refeição, e houve uma noite que envolveu uma saída apressada da casa de banho do quarto, aos gritos, devido à presença de uma barata com cerca de 8 cm de comprimento, que levou com um caixote de lixo em cima, e ainda assim ficou impecávelmente inteira, que se escondeu apavorada debaixo do mini bar e que quando viu a porta do quarto aberta, decidiu que era melhor correr pela sua vida e sanidade mental, pelo corredor fora até já não conseguir ouvir os nossos gritos e insultos!

No geral...não houve intoxicações alimentares para ninguém, houve muito descanso, muita diversão e muita comidinha boa. Repetir não será uma má ideia. Desta vez não será muito difícil convencerem-me! :)

Um grande bem-haja!
Rita**

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A minha primeira Ópera


Uma das grandes experiências musicais que ainda não tinha experimentado: assistir a uma ópera. A noite passada concretizei essa experiência e tenho a dizer que fiquei com vontade de repetir.

Fui a uma das grandes salas de espetáculos de Lisboa, e de Portugal, na qual nunca tinha entrado: o Teatro Nacional de São Carlos. É maravilhoso circular por aqueles salões. Todas as ombreiras, portas, paredes e tectos trabalhados. Candelabros imponentes pendurados no centro de cada divisão, espelhos enormes, e ligeira mas elegantemente desgastados em todas as paredes... descer os dois degraus que dão acesso da rua para o interior do teatro quase permite ver uma transformação nas pessoas que estão lá dentro: imaginar os cavalheiros com as suas calças impecavelmente vincadas e sapatos engraxados, o seu charuto na mão e o fumo a elevar-se lentamente, enquanto discutem a politica do momento, e as senhoras de extrema elegância, abanando os seus leques e partilhando os últimos rumores da sociedade. Senti-me num mundo à parte.
Depois entrar no teatro propriamente dito é a cereja no topo do bolo. O Coliseu de Lisboa que me perdoe, mas o tecto do São Carlos, o trabalhado das bancadas e dos corrimões dos camarotes, as pesadas cortinas de veludo no palco, e sobre o camarote presidencial...tudo sugere de facto uma época diferente, pessoas diferentes, uma vivência diferente. É encantador!

Tive a sorte de ficar na primeira fila e foi uma maravilha porque me permitiu observar os brilhantes músicos da orquestra filarmónica portuguesa em acção. Fui ver Rigoletto, de Verdi. Uma história dramática, como a maioria das óperas são, com muita sede de vingança, enganos, mentiras, amor, traição e morte à mistura. Com uma encenação moderna, incluindo motas em palco e meninas vestida de "coelhinhas" numa festa.
Foi a primeira a que assisti, como disse, pelo que não tenho comparação possível, nem tenho bases musicais ou conhecimentos teóricos de ópera para dizer se foi bom ou mau... Posso dizer que a voz da "Gilda" (Romina Casucci) me pareceu perfeita. Agudos de arrepiar e uma capacidade respiratória de tirar o fôlego. Também gostei muito do "Rigoletto" (Piero Terranova), outra voz impressionante!

No inicio não foi fácil conseguir concentrar-me. Entre tentar absorver o cenário, observar todo e cada músico da orquestra, ler as legendas, e apreciar a concentração e rigor do maestro, havia muita informação a processar. A pouco e pouco fui desligando do maestro e dos músicos, lançando apenas relances ocasionais, e li apenas o início das legendas das frases que estavam a ser cantadas. Tendo estudado a ópera antes de ir vê-la tornou a compreensão mais fácil. E assim a pouco e pouco consegui ir me concentrando na performance dos artistas e quando terminou senti-me bastante satisfeita. Foi uma experiência nova e interessante: durante uma noite pertencer a outra época, ir para outro lugar...e depois voltar ao ar fresco da noite e ao presente. Definitivamente algo a repetir quando houver oportunidade! :)

Bem haja!
Rita**

segunda-feira, 25 de março de 2013

Mumford and Sons no Coliseu

Tenho que confessar...Estava a esforçar-me por escrever uma review com pesquisa de nomes e factos e a checklist completa, mas li tantas reviews do concerto entre ontem e hoje que não creio que possa acrescentar mais informações às que já por aí andam.

Assim sendo só me resta dar a minha perspectiva pessoal do concerto que foi: adorei!!
Depois de muito suar e procurar consegui um bilhete! Três meses depois de ter começado a procura, não sabendo que tinha esgotado no primeiro mês, tendo importunado família, amigos, colegas, amigos de amigos... Consegui um bilhete! E a minha alegria de poder estar na sala magnifica que é o Coliseu, a ver o que tinha a certeza que iria ser um grandioso concerto, de uma das bandas mais energéticas que conheço, e ainda mais o talentoso e meu grande ídolo Jesse Quin era tão grande que o Coliseu quase não a consegui conter.

A participação do Jesse foi curta, apenas 5 ou 6 músicas (suponho que seja isso que se espera de uma "banda" de abertura, mas eu queria mais...) mas conseguiu captar a atenção do público português. Especialmente na última actuação, com o seu companheiro de tour violinista (aqui peço desculpa mas não apanhei o nome, sei no entanto que toca também com os Mumford and Sons por isso se alguém tiver conhecimento para partilhar agradeço), numa actuação com energia que conseguiu por o Coliseu esgotado a aplaudir do inicio ao fim, e sairam do palco os dois sob um grande aplauso!

Entraram depois em palco as Deap Vally com o seu poderoso rock. Duas senhoras apenas, com muita energia, uma guitarra e uma bateria que conseguiu até contagiar-me, apesar de não ser muito adepta de rock assim tão "pesado".

Depois então a tão esperada entrada em palco dos Mumford and Sons. O Marcus com a sua voz poderosa, que com certeza conseguia encher o Coliseu mesmo sem o microfone e Ted, Ben e Winston que puseram todo o público a cantar, a saltar, a dançar, a gritar e a trocar  juras de amor! Foi uma coisa maravilhosa de assistir! A bateria foi derrubada, a guitarra foi partida, os saltos foram uma constante! Houve ainda oportunidade de assistir a músicas mais "acústicas", de ouvir elogiar o Coliseu como uma das salas mais bonitas para se tocar, de ouvir o Marcus dizer que genuinamente eles adoram o público português e de promessas de que irão voltar a Portugal assim que puderem. Tocaram todos os clássicos e senti-me "satisfeita" com a hora e meia que estiveram em palco. O concerto abriu com Babel, e pudemos ainda ouvir The Cave, Whispers In The Dark, White Blank Page, Holland Road, Timshel, Little Lion Man, Lover of the Light, Thistle and Weeds, Awake My Soul, Roll Away Your Stone e Dust Bowl Dance. Tivemos o grande privilégio de assistir à última noite de tour do Jesse Quin e as Deap Vally com os Mumford and Sons, o que nos proporcionou a oportunidade de os ver todos juntos em palco para "Baby don't you do it" de Marvin Gaye. O grande final foi composto por Winter Winds e I Will Wait, deixando o Coliseu satisfeito, energético e à espera da próxima data para o próximo concerto!

Marcus prometeu que voltariam em breve e nós vamos acreditar! E esperar! :)

Bem haja!
Rita**